Em tempo não muito distante, líamos nos jornais, víamos nos noticiosos televisivos e, em alguns casos, víamos, nas ruas, multidões de jovens protestando contra os abusos na política e da polícia, abuso no aumento das passagens de ônibus, na luta contra o capitalismo, etc. As ruas das principais capitais do Sudeste foram tomadas manifestantes e, eram de tal forma, que seminários foram celebrados, debates realizados nos canais de formação e informação para entender o desejo mudancista de uma geração que, segundo profundos sociólogos, filósofos, historiadores, e políticos profissionais, anunciava um novo tempo na vida brasileira. Estaria acontecendo o despertar do gigante que saia de hibernação, sarando-se da grande quantidade de entorpecentes que lhe estavam sendo ministrado de maneiras diversas na sociedade. As massas, diziam, estavam tão azedas que até discutiam se queriam o circo da Copa do Mundo da FIFA. O medo acendeu-se e espalhou-se como incêndio no serrado do Planalto Central do Brasil. As janelas do palácio assistiam, apavoradas, uma juventude quase destruindo um dos palácios pensados pelo arquiteto que planejava cidades para que as autoridade ficassem fora do alcance da fúria popular.
Entretanto, passado alguns meses, a juventude do gigante que parecia sair de sua longa sesta, foi sonolenta às urnas e manteve no poder os responsáveis pela situação contra a qual protestavam. Mais ainda, se olharmos com atenção, não encontraremos nenhum desses ‘líderes’ de junho de 2013’ entre os candidatos a política. Talvez, nem mesmo os partidos conseguiram novas filiações para suas fileiras. Ali não havia motivação política, mas, quase somos tentados a dizer hoje, indignação de alguns bolsos – uns parcos de moeda para suprir suas necessidades e outros que se encheram por estar na rua e promover fogaréus em determinadas cidades. Agora também continuamos a ouvir o ronco do gigante enquanto assistimos o desenrolar dos crime contra a Petrobrás, que começaram a ser descobertos em um lavajato onde se lavava dinheiro além de carros.
Hoje ouvi dois sociólogos, um deles Álvaro Moisés, dizerem que o governo de dilma está sem rumo; em seguida, historiadora publica que o Data folha deste domingo diz que a aprovação ao governo dilma supera 70%. Há três hipóteses: a) os sociólogos estão sem rumo ou bússola, b) o não tem sociólogos em seu quadro de pesquisadores, c) o povo está sem rumo.
Severino Vicente da Silva